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ANA PAULA ALBERTO CALDEIRA **OUTRAS PAGINAS, DA PAGINA OFICIAL** http://ana-paula-alberto-caldeira.blogspot.com/ Bloguer*youtuber*pintora*escritora*fotografa* internauta/cronista*Tripulante de Ambulâncias de Transporte, da Cruz Vermelha Portuguesa *Formação Base Cruz Vermelha Portuguesa *Sócia Cruz vermelha Portuguesa*

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sábado, 11 de junho de 2016

PAGINA I, XOCALINA,JOSEFINA, ESCREVIA, O QUE DEVERIA SER O AMOR ETC

XOCALINA"


xocalina, saiu de casa pelas matinas, e andou um pouco á deriva, pelas ruas e pelas esquinas, la para as bandas do coreto, no povoado da romaria.
procurava, godofredo, o homem da sua vida, que saira de casa, depois de uma discussão, daquelas, que godoferedo prefere nem falar.
nas soleiras do povoado, dizia-se, que godoferedo tinha era medo dela.
godoferedo estava escondido, e xocalina não o encontrara, quando, voltou para casa, já era de dia.
e o, rouxinol cantava, na gaiola da varanda, da vizinha, da condessa, que de condessa, so ja tinha o titulo, sim!
porque!
o resto ja tinha ido, para as mãos de felizardo, o seu antigo namorado.
-dizia marilu, o vizinho travesti, da porta, em frente.
xocalina, chorava no salão da entrada do antigo palacete, do embaixador do brasil, olhava para o tecto, e bradava alto,e para cima, clamando:
-diz-me, senhor, que estas, ai em cima, onde está meu marido, godoferedo!?
entretanto, calou-se, e ficou de boca aberta, a olhar, para cima:
-iiiiiiiiiii, tanto bolor, e mofo no teto!
serefim, que era coxo, e por isso, bateu com a bengala no soalho, dizendo:
-xocalina, pára com isso, teu marido, está cá em cima.
ana paula alberto caldeira 05/09/2008


JOSEFINA, ESCREVIA, O QUE DEVERIA SER O AMOR


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JOSEFINA, ESCREVIA, O QUE DEVERIA SER O AMOR

naquela tarde fria, josefina escrevia, sobre aquela mesa velha , e corroída pelos anos.
escrevia, naquele papel, machucado pela violencia, das mãos.
ali, estavam, apenas algumas letras.
josefina, escrevia, e abria, ao mesmo tempo, o papel enrrugado.
naquele momento, algo magico acontecia.
naquele momento, tudo era mais belo, e mais puro.
apareceram duas crianças, com rostos meio sujo, que sorriam.
a paisagem era agora mais bela, com a vinda, de algumas pombas brancas, que pareciam, rasgarem o céu, como que anunciando a paz, em algum lugar.
os passaros cilreavam, que dava, muita alegria.
um homem e uma mulher caminhavam sós, pelas areias da praia, nos olhos deles, estava carinho e afeição, sentimento que sentiam, um pelo outro.
outros enxugavam as suas lagrimas e sorriam uns para os outros, dando as mãos, cheios de esperanças.
josefina sorria, era um sonho, o que via, mas afinal o que josefina escrevia, era o que ela pensava, que deveria ser, o amor.
ana paula alberto caldeira (escrito na decada de 80

MARIA BATISTA, QUE TRISTE SINA

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MARIA BATISTA, QUE TRISTE SINA

no bairro antigo, da velha cidade, por entre ruelas, estreitas e velhinhas.
maria desce, as escadas de pedra, de mãos na cintura, gingando a anca, e de roupa justa, salto alto e trança feita.
maria batista desce em direcção ao mar.
a noite vêm, os candeeiros do bairro acendem, no rosto de maria, um sorriso nasce, era o seu homem, que ali vinha, de guitarra no ombro, e chapeu preto, de abas largas, cantarolando, era o seu homem, que acolá vinha.
mas seu homem tinha outra no seu coração, e maria batista, ainda, não sabia.
e quando maria batista, o vê, sorrir, para a outra que estava á porta da taberna, da rua da amargura, maria pega numa faca, e corre para ela.
quantos gritos houve naquela hora, e naquela rua.
maria matou-a estava louca, o seu homem, amava outra.
maria batista, chorava, no chão um lago de sangue, e de faca em punho, ela corre para ele, matando-o tambem.
que triste fim o seu, a bela maria batista do antigo bairro da velha cidade, tinha matado, o homem, que ela tanto, tinha amado.
e todas as noites, na rua da amargura, se canta o fado da bela, maria batista, que tambem, era fadista.
21-01-88
ana paula alberto caldeira


O PINTOR,POETAS,O DESESPERO,CAMINHOS DE MAR,ETC


pintava, telas de quadros e assinava-se, por prado.
era pintor famoso, e, diziam, grande artista!!!
este homem, é, prado camino!!!
prado, dizia que isto de ser artista, ja nasce connosco, e sempre gostou de pintar, telas para quadros!!
conheceu um dia goran iglesia, a trigueira, de olhos cor de mel, e cabelos castanhos, ondulados, que espunha o seu corpo para telas, de quadros.
um dia, expos o seu corpo para camino, ficaram juntos na casa da fonte, na quinta das amarras, perto da vila das cascatas.
prado, perdeu-se de amores quando a pintou naquela, tela de quadro, na soleira, do patio interior, da casa da baronesa kamil, que conhecia bem, desde dos tempos da sua vida, mundana, no solar da restauração, na provincia das piedras blancas, a dois passos, do mar.
passa as maos pelo rosto, aquele dia fora muito cansativo para ele, muito tempo tinha passado e ela no seu pensamento, o seu coração palpitava quando via o quadro, com o corpo dela, nú, ali pintado por ele.
galeria, estava apinhada de gente.
aparece goran iglesia:
-bravo, prado, bravo!!!
olhando para as restantes pessoas, que visitavam a galeria de artes, da baronesa kamil.
continuava, goran:
-bravo, prado camino, és de verdade, um grande artista!!!
prado olha para ela, agora mais linda do que nunca, sorriem os dois, e olham a galeria apinhada de gente que estão, de olhos expostos, na tela do quadro.
ana paula alberto caldeira 25-08-89
POETAS

cantai, poetas, cantai, o conteudo dos vossos rascunhos, esses bocados de papel, suado que voces guardam na vossa mão.
cantai as vossas lagrimas derramadas sobre as palavras.
desdobrem o raascunho e mostrem o que escreveram, essa nudez branca de papel fecundado de palavras.
agora cantem esses poema, envelhecido de tanto sofrimento, com acordes de musica.
subam ao palco e cantem o que escreveram, os aplusos vão-se ouvir e voces, vão sorrir.

ana paula alberto caldeira 18-07-84


"O DESESPERO"
"O DESESPERO"

manolo garcia, subia as escadarias, da igreja.
estava feliz, naquele dia.
manolo garcia, chega então ao altar, pelo caminho vai cumprimentando todos, com um sorriso, de satisfação, finalmente ia, casar.
mas horas passaram, e o sorriso de manolo garcia, desfalece, a mulher que tanto, o tinha amado, não aparece, ao altar.
algumas pessoas vão saindo, pouco a pouco, so manolo garcia, fica por ali.
sozinho, sai tambem, olhando o céu.
desce as escadas centenarias, da igreja matriz da nossa senhora das lagrimas, e segue para a praia, do por-do-sol.
mulheres de xailes pelos ombros, olhavam-no, e murmuravam baixinho.
-que triste sina, a tua, manolo garcia, porque não te vais embora, daqui.
manolo garcia, caminha, caminha, por mar dentro, os homens levantam-se, e um avança lutando contra as ondas, do mar, que teimavam em o levar, por fim, manolo garcia é salvo e regressa, as mulheres dos xailes pelos ombros vao-se embora, rogando pragas.
- porque não te vais embora, daqui, manolo garcia, que triste sina a tua.
os homens um a um, seguiram as mulheres, para casa.
manolo garcia, ficava sozinho na praia, por ali pernoitou, na praia, do por-do-sol, até dia, nascer de novo.
quando os homens voltaram, á praia, do por-do-sol, ainda manolo garcia dormia, ali na areia, detras de uma rocha.
os homens vão para a sua faina diaria, nos pequenos barcos a remos, fazendo-se, ao mar.
mas naquele dia, o mar agitou-se, o ceu escureceu, manolo garcia, abria os olhos, quando os primeiros pingos de chuva, lhe cairam na cara.
ergueu-se, olhando o horizonte,avistou por instantes os pequenos barcos a remos, antes da vaga os submergir, por completo.
correu em direcção a agua, mas logo voltou para tras e procurou ajuda.
mulheres de xailes negros pelos ombros, erguiam os braços ao ceu.
manolo garcia, olhava-as.
depois da manhã, veio a tarde, a noite e manolo garcia não sai da praia, algumas mulheres abalavam, outras, pranteavam, a dor de saber que os seus homens, estavam mortos, no mar.
e quando veio a manhã, manolo garcia volta costas ao mar, e caminha, pela areia fora, as mulheres olham-no, uma jovem, mulher corre atras dele, manolo garcia, pára, a jovem tira o seu xaile negro, coloca-o sobre a cebeça de manolo, que lhe tapava os ombros, murmurando baixinho:
-que triste sina, a tua, manolo garcia!!!
porque não, te vais embora?daqui!
manolo garcia, tira o xaile negro, de cima de si, atirando-o, para o chão, seguindo em seguida, o seu caminho, pela praia fora.
ana paula alberto caldeira 09-08-1995
"CAMINHOS DE MAR"

-o que escreves, otriz sombreo:
otriz:
-escrevo, relatos da viagem, que fiz!!
do outro lado da sala, joaquim sombreo, esclama:
-ham?, esta bem!
otriz sombreo continuava a sua escrita, agora em voz alta, escrevia, sempre, sobre todas as viagens, que fazia, e aquela por mar tinha sido, das melhores que ela tinha feito, amava o mar, nascera perto dele, e desde pequena, que se banhara nele, sabia que ele era perigoso, mas amava-o, ficava horas e horas, a comtempla-lo, de verão banhava-se nele, como se fosse, os lençois da sua cama.
otriz, escrevia mais um, dos seus relatos, o titulo era como das outras vezes, sempre a palavra mar, antes ou depois, mas sempre em titulo.
otriz sombreo:
-oh, pai, eu vou escrevendo, e lendo, se achar, que não vai bem, diga!!
joaquim sombreo:
-tens que falar mais alto, porque aqui na varanda, não oiço.
otriz sombreo:
-pai! baixe o som da televisão!
joaquim sombreo:
-a tua irmã, arrancou o botão.!
otriz sombreo, levantou-se, e foi á varanda, o pai lia o jornal, muito entretido, olhando para um anuncio, de meninas meio despidas.
otriz sombreo, volta para a maquina de escrever, e continua a escrever o texto, em voz alta.
"nos meus caminhos de mar, de hoje, vou escrever o meu diario de bordo, onde fui anotando, tudo o que ia vendo, e que a minha imaginação, me dizia.
por vezes sonhava, como teria sido á quinhentos ou seiscentos anos, atras.
o mar e sempre o mar, para tras ficava, o ultimo dia em terra, depois, só mar e ceu, como paisagem no horizonte uma linha imaginaria, dividia os dois tons de azul, um mais carregado, outro mais claro.
o sol radioso, a temperatura quente, conforme nos aproximava-mos, do hemisferio sul.
na varanda do navio, mais á sombra, sentia-se uma leve e suave brisa, bastante agradavel.
faziamos a rota das naus, da europa, para a america, imagina-mos, o que fora atravessar esta imensidão de oceano rumo a outro continente.
sempre, a bordo de naus de madeira, pequenas e frageis, avançando por mares, nunca dantes navegados, como fizeram os portugueses, encontrando e descobrindo, terra, povos que nunca dantes, alguem, tinha visto, abriram-se, portas para que outros, pudessem seguir pelo mesmo caminho, e ver o que eles viram.
a noite chegara mais uma vez, depois de tantas outras, iguais, para quem anda a navegar .
mas, uma pequena, diferença, eram mais quentes, do que as anteriores.
no horizonte, agora um azul era mais escuro, cor do mar, igualando-se, ao do céu.
assim navegamos, á varanda do navio, seria para pernoitar. ouvimos, o barulho do susurro das aguas, por onde o navio navegava.
de manhã cedo, a brisa marinha que respiravamos, fazia-nos relaxar de prazer, uma frescura, que dava alguns arrepios, assim continuava o navio, a todo o vapor, por aquele mar fora.
ao longe no horizonte um ponto, pequeno, mas com o avançar do navio, tronava-se ligeiramente com outras dimensões, maiores.
não tinhamos duvida, estava-mos, quase em terra.
o calor, agora era mais intenso, quando nos aproximavamos do meio-dia, o que era um pequeno ponto de inicio, era agora mais nitido, e cada vez mais, tinha contornos, viam-se tambem, pequenos pontos verdes, mas pouco nitidos, que dava para perceber que se tratava de arvoredo disperso, pensamos, o mesmo que os portugueses, quando chegaram aqui, a terra firme.
ja iamos a bastantes dias de viagem, a sensação de estar a ver terra, era uma sensação maravilhosa, ali começava um continente imenso, de culturas diferentes.
onde se falava duas linguas, o portugues e o espanhol."
otriz:
-pai? pai? ouviu? paiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! oh! paiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
ouviu, a minha historia!?
otriz levanta-se, e vai á procura do pai, encontra-o, a dormir, a sesta, no cadeirão, da varanda do casarão, onde estava á pouco.
o jornal estava, todo dobrado, dentro do bolso, das calças.
otriz:
-assim , não vale a pena, aposto que o jornal, era o tal, das muidas nuas!!!
de certeza, que, adormeceu, a pensar, naquilo, quando acordar, mostrou-lhe a historia.

ana paula alberto caldeira 05/03/1997


A TARDE LONGA


A TARDE LONGA

era a tarde mais longa, que naqueles dias, se vivia, junto do mar, mulheres, prateavam a ausência, dos seus homens, o mar, teimava em não dar.
aquela tarde era cinzenta, e muito triste e longa demais para se poder, estar ali.
ó mar!!!
gritavam as mulheres, erguendo os braços ao céu.
o mar cruel, teimava em não as ouvir.
a noite vem, as mulheres rezavam, e, uma a uma foram indo praia acima, com as mãos, seguravam o rosario, e sempre rezando, enroladas no xaile de lã, que lhes cobria os ombros e os braços.
as mulheres choravam, as lagrimas rolavam uma á uma, pelos seus rostos.
a noite é cada vez mais negra e fria, o vento norte, gela os seus rostos e naquela noite de inverno o mar voltou, a encrespar-se, os seus homens, não vieram, o mar, não os deu.
ana paula alberto caldeira 02-01-95


AS VISITAS DA NOITE

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AS VISITAS DA NOITE

era noite de verão, e, no quarto dos barata, ja se dormia á muito tempo, o relogio de cabeceira, marcava, 2.37 horas.
como estava muito calor, o casal tinha aberto a janela.
alguns tempo depois, tres intrusos, entram pelo quarto dentro, vindos da rua, sorrateiros, foram-se chegando, junto ao casal, que dormia profundamente.
o casal barata, nem deu, pelas visitas, dodi e toto, dormiam e ressonavam, quando os mosquitos atacaram.
-zzzzzzzzssssssssssssssssssszzzzzzzzzzzzpppp, zzzzzssssppp
dodi, senta-se na cama, enquanto toto continuava ressonando,
dodi levanta-se, e acende a luz, la estavam dois mosquitos no tecto, e outro na testa de toto, dodi, pega na almofada, e atira com ela ao tecto, esquecendo-se que esta cairia em cima de toto.
toto:
-aiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! sai de cima, de mmmmmmmmmmmmmmmiiiiiiiiii, dodiiiiiiiii
dodi, olha toto, esbafurido, e olha para o tecto, os mosquitos tinham abalado.
toto:
-que fazias em cima de mim??
dodi:
eu, não estava em cima de ti, toto!!!
toto:
-então o que foi aquilo?
pondo em seguida os oculos graduados:
toto:
-Ah!, foi a tua almofada, tentas-te matar-me, isso foi tentativa de homicidio!!! ouvis-te??
dodi, não disse nada, pq toto, tinha pavor de mosquitos so de olhar para eles ficava cheio de comichões, é com borbulhagens que parecia sarampo.
toto, antes de se deitar de novo, recomenda, dodi:
toto:
-bem, se lá se sossegas!!! esta, bem?!
dodi, abanou a cabeça.
toto deita-se e vira-se para o lado da banquinha, dodi olha para o tecto de novo, inspecionando bem o quarto.
apaga as luzes, e:
-zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzsssssssssssssssppppppp, zzzzzzzzzzsssssssssssp.
o mosquito sobrevoa dodi de novo, esta ,está, de olho aberto, toto, ressona de novo.
entretanto ela tb adormece, o mosquito avança para ela:
-zzzzsssssssssssssp, zzzzzzzzzzzsps
ja virada para o marido, cara á cara, e bastante ensonada, dodi, da uma bofetada no marido, pensando, ser face dela, sobressaltado, toto, reage, assim:
-dodiiiiiiiiiiiiiiiii, dodiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, tuuuuu!!! tuuuuuuuuuuu!!!bateste-temeeeeeeeeee!!!, hammmmmmmmmm!
dodi, finge dormir, e vira-se para o outro lado, toto, apaga a luz, e fica pensativo, adormecendo de novo, ressonando em seguida.
dodi fica de alerta, o mosquito volta de novo:
-zzzzzzzzzzzzzsssssssssssspppppppzsppppppppzssssssssss
poisando no nariz de dodi, dali passa, para o nariz de toto, dodi, puxa o lençol, para cima com geito e atira-o para cima dela e de toto, para afugentar o mosquito, toto acorda, saltando da cama.
toto:
-dodiiiiiiiii, um fantasmaaaaa, aiiiiiiiiii, mãe!!!!!!!!!!!!!!a casa esta assombrada!!!!!!!!!!!! dodiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii., passou aqui um fantasmmmms, eu senti o vento e um lenço, pela, minha cara, deve o espirito do cão, do vizinho, que morreu a semana passada.
dodi, com vontade de rir, disfarça, enquanto, toto, fala, fala, fala.
por fim adormece, tempo depois o mosquito volta:
-zzzzzzzzzzzzzzzzzzzssssssssssssszzzzzzzzzzzpppppzppppzzzzzz
o dia estava nascendo, e a claridade, ja entrava pelo quarto dos barata, dodi, levanta-se pé ante pé, e poe os oculos de toto, pensando ser os dela, e la estava o mosquito, poisado, na berguilha do pigama de toto, mesmo ao meio, dodi, com os oculos de toto vi-a o mosquito muito maior do que este era, devagarinho vai até á cozinha, e tras o mata moscas, quando chega ao quarto, o mosquito ainda lá estava, toto ressonava agora de barriga para cima.
dodi, com o mata moscas:
-zas!!!!zas!!zas!!!
na berguilha de toto, este acorda sobressaltado:
-aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, aiiiiiiiiiii
pondo as mãos na berguilha do pigama, esfregando e segurando, o que estava por baixo, esborrachando o mosquito, cada vez mais, ficando este, desfeito, pelas mãos de toto.
enraivecido, toto olha dodi, que olhava toto, com vontade de rir, com o mata moscas, partido ao meio.
-maluccaaaaaaaaaaa!!!!! maluccccccccccccaacaaaaa!!!!, o que estas a fazer como mata mosca, partido ao meio, a olhar para mim, o que andas a fazer, para me bateres, aqui, nas minhas partes fracas????
dodi:
- partes fracas??? não foi ai!!!!! foi no pijama!!!! e o que fazem ali aquelas cuecas penduradas no teu candeiro???
toto levanta-se, pega nas cuecas e foge para a casa de banho.
dodi, vai á cozinha, buscar vinagre, porque lhe diseram, que este, afugenta mosquitos.
toto, chega:
-dodi que cheiro, é, este??? que horror!!!!!!!!!!!
dodi:
-é pó, para as baratas!!!
toto:
-pó, para quem???
dodi:
-baratas, toto!!!
toto, volta para a casa de banho, fechando-se lá, dentro, dodi, conta-lhe o sucedido, dos mosquitos, toto:
-eu não, saio daqui, hoje!!! traz o pequeno-almoço, para aqui, que eu como cá, dentro.
ana paula alberto caldeira-08-10-07


PASSANDO A FRONTEIRA


PASSANDO A FRONTEIRA

antes de passar a fronteira, subiram a ladeira, e desceram o vale.
caminhavam de sacos ás costas, olhavam em redor, não havia guarda, não havia viva alma, por aquelas paragens.
noite estava escura e fria, era fins de janeiro, os lobos uivavam, la para os lados, do monte assombrado, do joaquim dos cães.
mas tinham que seguir por ali, para passar o contrabando.
manuel arranjo, bradava:
-mandem calar os lobos!
joaquim manias, respondia, ja zangado:
-cala-te, que ainda somos presos!
manuel arranjo, não conseguia ficar calado.
-presos! nós? não! isto não é contrabando, é café!
manuel arranjo:
-cala-te, porque se não, da multa, não nos livramos!
naquela noite passaram o monte assombrado, e ja estavam do lado de lá, quando os lobos, pararam de uivar.
manuel arranjo:
-os lobos estavam no monte assombrado, joaquim?
joaquim manias:
-não! mano, estão! é deste lado!

ANA PAULA ALBERTO CALDEIRA, 04/10/2008


"VALADO"


"VALADO"

chamavam-lhe, "valado" e diziam, que cantava o fado.
homem, que fazia, da noite, dia.
e, vivia, sabes deus, onde.
vestia de branco, porque achava, que dava sorte.
naquele dia, passeou de dia, ao contrario do que fazia nas outras vezes.
passeou, pelas ruas da grande cidade, maos nos bolsos, olhando para tudo, e todos.
passou pela zona baixa da cidade, virou numa rua estreita, e seguiu, em direcção á praça.
cruzou-se com uma mulher que tirava fotografias, e ficou a seu lado.
olharam-se, olhos nos olhos, e sorriram.
valado, chegou tão perto dela, que quase a beijou.
olhou-a, de novo, e segredou-lhe ao ouvido:
-com te chamas?
a mulher respondeu:
-violeta!
15/05/2008 ana paula alberto caldeira





O Engano,A NOITE, O SHOW.,



O Engano

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O Engano

o telefone tocara, e antonia imediatamente, sai porta fora, o tempo estava medonho, chovia torrencialmeente.
os ventos do lado norte anunciavam tagedia, estava frio, muito frio o telefone voltara a tocar e antonia, ja não estava.
o telefone toca, e volta a tocar e antonia ja não estava.
antonia esperava, debaixo de um abrigo, até que a chuva para-se, o vento norte, continuava, fustigando tudo, por onde passava, as nuvens negras continuavam pairando por aquele, medonho lugar.
por fim sem nada recear, antonia caminha por caminhos e veredas, até ao lugar presdestinado.
ao longe uma cabana.
antonia pára, já era meio escuro, quando tropeça numa pedra e cai.
quase ás cegas, ergue-se, estava tudo molhado das chuvas intensas.
ao chegar perto da cabana, nem sinais de gente.
antonia pára e n ão se ouve nada, apenas o ruido do mar enraivecido, e tenebroso.
a porta da cabana estava fechada, bate duas vezes, e afasta-se, nem sinais de gente, por ali estava, tudo calmo, antonia volta para tras, para casa, atras, um ruido estranho, antonia pára e o ruido mantem-se, ja era noite escura, ela mal ve onde poe os pés, e continua meia ás cegas.
já em casa, antonia sentada, pensativa reflete, sobre tudo aquilo que passou.
o telefone toca, e antonia atende, do outro lado, ninguem, era engano.
no outro dia antonia, levanta-se cedo, e volta á cabana, pelo mesmo caminho de ontem, a porta da cabana estava fechada, o mar estava mais calmo o ceu mais limpo, o vento mais calmo.
procurou sinais de gente e nada, pensativa, senta-se sobre uma pedra, parece esperar algo que não vinha, as horas passavam, e antonia continuava.
por fim ergue-se e volta pelo mesmo caminho, por onde tinha vindo.
antonia apercebe-se que não caminha só, o ruido de ontem á noite, mantem-se, antonia olha, á volta e não ve nada, por fim vai andando até que chega ao mar.
na areia jaze um corpo na areia, antonia desce, chegando, ve que era uma homem, antonia tenta ergue-lo,mas não consegue.
estava ferido, era paulo, um seu amigo.
sem ninguem, nem ajuda, antonia traz paulo para a cabana, paulo estava ferido.tenta mante-lo, guardado, na cabana, enquanto vai a casa.
ja em casa, antonia é interrompida, com o som da campainha, da porta.
era paulo, que ao entrar em casa, cai para o lado.
antonia, deita-o na sua cama.
paulo, apenas se enrolou, nos cobertores da cama de antonia e adormeceu.
paulo e antonia, estavam separados á alguns anos, mas a chama do amor não os separara, e aquele momento, trouxe á ideia coisas velhas do passado, que ficaram por acabar.
paulo adormeceu, antonia, ficara ali a comtempla-lo, como fizera da ultima vez, lendo um livro.
21/08/2006
ana paula alberto caldeira




A NOITE, O SHOW.


o espectaculo tinha terminado, as luzes, apagavam-se, a imensidão de espaço, estava agora deserta, o cantor, desce, calmamente, pelas escadas do palco, era noite cerrada.
pelas ruas solitarias, mulheres, pelas esquinas, convidam-no, a ir com elas, outros jazem no chão, ja dormindo.
o homem caminhava, o frio tocava-o no rosto, por breves instantes abraça-se, apertando-se e aconchegando junto a si a jaqueta quase rota.
os gritos da multidão ainda soavam nos seus ouvidos, a euforia das pessoas,a ouvi-lo cantar, ainda estava gravado na sua mente, a canção da despedida era a sua propria vida.
nas paredes ainda, estava a sua imagem, nos cartazes, colados de fresco.
mas todos ja tinham seguido para suas casas e ele o homem das melodias, tocadas pelas guitarras, estava só, sem ninguem.
caminha junto ao mar, a noite parece agora, mais clara, senta-se na areia, ainda fresca da marzia, da noite, e escreve.
O SEU NOME.
1984, ago,ana paula alberto caldeira


A DANÇA,A GUERRA

A DANÇA
A DANÇA

a cigana ergue-se do chão e dança com euforia, perto da fogueira, que atiçou o seu coração.
sozinha dança, seus negros cabelos,voam, e seus olhos parecem, agora mais negros, do que nunca.
derra-me uma lagrima, no seu rosto belo de mulher, o seu corpo estremece, ao som de uma guitarra.
a noite é longa e a dança continua, a mulher perdida, canta a canção da sua vida.
a sua raça denunciou-a por aquele amor proibido, quis amar alguem que lhe era concedido, mas ficou perdido no destino.
procura-o em todos os rostos, mas é tarde demais, dança de pés, descalços em cima daquela rosa vermelha, da cor, do sangue, do seu amante.
por fim cai, cheia de cansaço deixou o homem que amava e perdeu o cigano que a amou.
ana paula alberto caldeira 21-05-84

A GUERRA

A GUERRA

Á UM GRITO NO ESPAÇO!!!
A VOZ DO SILENCIO, MURMURA, BAIXINHO.
VEM!!
NAS RUAS DO SOL, A VINGANÇA NASCE, A ESSENCIA HUMANA, CAMINHA.
TUDO PÁRA, NAQUELE LUGAR, IMUNDO.
O HOMEM CEGO, PERCORRE, A RUA OLHANDO, APENAS A ESCURIDÃO.
OUVE-SE UMA RAJADA DE METRELHADORA, O SER CAI, SOBRE O CHÃO, COMEÇA AGORA A FICAR RODEADO, PELO SEU PROPRIO SANGUE, TENTA ERGUER-SE E CORRE CAMBALIANDO, AS LAGRIMAS ROLAM PELA SUA FACE , ENSANGUENTADA.
MULHERES E CRIANÇAS CHORAM.
HOMENS DE ARMAS EM PUNHO, CAMINHAM.
Á UM GRITO NO ESPAÇO, E O HOMEM, CEGO, MORRE!!
ana paula alberto caldeira 10-05-84



sexta-feira, 10 de junho de 2016

JOSELINO.O "DISTRAIDO",A VIAGEM,Naquele dia,FIDALGO DA AURORA,ETC




JOSELINO.O "DISTRAIDO"

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JOSELINO.O "DISTRAIDO"

joselino, entra no autocarro, olha á volta, e ve um lugar, vago no sitio do costume.
mais á frente, na paragem seguinte uma senhora entra, no autocarro.
sentando-se esta, á frente de joselino.
joselino lia o jornal, a senhora interrompe:
-olhe, eu acho que o conheço?
joselino:
-a mim? da onde?
a senhora:
-bem!! acho, que é da televisão??
joselino:
televisão? eu?
a senhora:
-não é da televisão? então, se calhar é das revistas?
jeselino:
-revistas, eu?? oh!!! minha senhora, por amor de deus, tenha dó!!!
voltando em seguida, a ler o jornal, enquanto a senhora o olhava de cima a baixo, sorrindo em seguida para joselino.
joselino apercebe-se.
a senhora de novo:
-olhe!! acho que já sei o que é?? o sr, é do governo??
joselino irritado:
-olhe!!! estou ja farto de si!!! sabia?
a senhora abana a cabeça.
-e digo-lhe mais!!! vou sair na proxima paragem por causa de si!!!
levantado-se em seguida:
a senhora, murmura baixinho:
-só queria dizer-lhe que tem a berguilha aberta, e não tras cuecas.
joselino, ouviu, e foi na direcção da mulher.
-olhe!!! eu ouvi, e ja podia ter dito, sabia!!
puxando o fecho das calças em seguida.
ana paula alberto caldeira 28-11-2007
A VIAGEM

naquela tarde de Dezembro, dia cinzento, mas, não frio, fizemos a viagem de metro de superfície, do larangeiros até cacilhas.
Iniciámos a viagem, no Laranjeiro, descemos a avenida, hoje com menos movimento devido, ao facto de muitas pessoas utilizarem o comboio da ponte.
por ali mais nada de diferente de quando de lá sai, á oito anos.
Desceemos até ao parque da paz, lindo! Em tempos estava por ali outras coisas, por exemplo o pão de açucar, hoje jumbo e, que funciona dentro do forum almada, estradas por cima e por baixo, rotundas, enfim uma serie de alterações.
Subimos outra avenida, e já, em almada, aquela avenida onde ás dois anos vi desfilar o carnaval, agora esta totalmente transformada, o metro, ao meio, e dos lados carros e autocarros, muitas iluminações de natal, pessoas de um lado para o outro, e a almada de sempre.
Descemos, ate cacilhas, paramos ali, e saimos, ficamos a comtemplar o vai e vem de gente a entrar e a sair dos navios que fazem a travessia do rio tejo, recordamos quando eramos nós, a fazer aquela viagem, todos os dias, sentimos uma certa vontade de recuar no tempo, mas o nosso pensamento foi interrompido, pelo cheiro a frango assdo e comida a ser confeccionada, abriu-nos o aptetite para o jantar, resistimos, tínhamos petisco em casa.
A margem do lado de lá estava iluminada, pequenos pontos de luz ao longe, era Lisboa, dali também se avistava a ponte sobre o Tejo. A paisagem vista dali é bonita sempre, de dia, ou de noite.
depois, fomos para a paragem do autocarro, e seguimos outra viagem, por outra avenida, e foi com muita satisfação que voltei a ver as mesma caras de sempre, aquelas que tal como eu trabalhavam, e trabalham em lisboa, lembro-me deles, encontrava-os ali na baixa pombalina, á hora de almoço, e tal como eu, utilizavam o mesmo meio de transporte, barco e autocarro, não sei se me reconheceram, mas, eu, reconheci-os, a todos.
chegamos ao Feijó, e, terminou a viagem.
Ana paula alberto caldeira 10-12-2008


Naquele dia

Naquele dia

naquele dia, chovia!
naquele dia, ela acordou, e olhando, a manhã cinzenta, e ainda meia zonza, ficou pensativa.
o que seria, depois, daquele dia.
ou seja, ou que seria, nos proximos dias.
não sabia!
resolveu, olhar a chuva, enquanto caía, tentando adivinhar o que viria, a seguir ,aqueles dias.
farta de tudo aquilo, saiu de casa, e caminhou pela estrada fora, olhando o céu, por breves instantes, ergueu os braços, como que, pedindo ajuda, ao além.
á sua volta, tudo parecia um sonho, queria fugir, e ao mesmo tempo, aquele sensação esquisita, de querer ficar.
sentia a sua presença, ali por perto, o som dos seus passos, o cheiro da sua pele, a sua voz, no seu ouvido, pensava então, que ele voltara, como o prometido.
começava, um novo ciclo, naquela tarde, que ela queria fugir, mas ao mesmo tempo, gostaria de ficar.
sentia-se presa, a uma força imaginaria, que talvez fosse, o seu destino!
decidiu finalmente, o que fazer, naquele dia confuso, e chuvoso,
iria ficar, para ver, se o que presentia, era, o que o destino, lhe reservara.
ana paula alberto caldeira 12/03/04

FIDALGO DA AURORA


FIDALGO DA AURORA

o fidalgo da aurora, como se chamava, era homem muito respeitado, lá para as bandas do convento.
frequentemente o sr frade da escrita, ralava com as mulheres do povo, por designarem o fidalgo de "zarolho".
-que nome feio! o sr fidalgo não é zarolho!!
dizia o sr frade, para a pior de todas, a filha do coveiro.
o fidalgo, meio boemio, passava os dias metido nas casa de pasto, na rua dos candeeiros, lá para as bandas, da sé.
todos os dias, passava pela praça, e cumprimentava, todos da mesma maneira.
o fidalgo da aurora, nunca tinha casado, e a filha do coveiro, andava atras dele, dizia a mulher do aguadeiro.
os homens do povo, riam-se das coisas que diziam as mulheres.
nas festas e nas touradas, o fidalgo da aurora, estava sempre presente, montando o cavalo preferido, o malhado.
nas noites de fado, em sua casa as luzes do patio estavam acesas, ate tarde.
e no dia a seguir, sempre a mesma conversa, que na festa do fldalgo, tinha vindo gente de fora, uma fidalga linda de encantar, tinha estado, com o zarolho, a dormir no quarto.
naquela noite de fado, o fidalgo convidou a filha do coveiro e a mulher do aguadeiro para a festa.
no dia a seguir, ninguem falou, na festa do fidalgo.
ana paula alberto caldeira
06-08-08


A VENUS DE PEDRA


A VENUS DE PEDRA

na fachada, daquele vulto, de pedra branca.
um homem com delicadas mãos, esculpia, o que viria a ser, uma mulher.
veio a tarde, e chegou a noite, o homem não desistia, o quarto aquecera, o homem suava, por momentos pára, e limpa as mãos , abriu ainda, mais a janela.
agora o ar, ja circulava mais, brisa da noite, sentia-se, refrescando, aquele quarto.
a venus de pedra, por fim, estava pronta.
o homem, olha-a, atentamente, ponto por ponto, a venus estava perfeita, era uma mulher, de rara beleza.
o homem sorri, quando passa a mão, pelo seu cabelo, que estava meio branco, e abserva a mão, com pó branco, da pedra esculpida.
senta-se, e apaga a luz, e bebe um pouco de agua, e adormece.
naquele quarto fica um homem dormindo, uma janela aberta, e uma venus nua, de pedra esculpida, que olhava o horizonte, como se fosse, uma vigia.
ana paula alberto caldeira 10-10-1983


O CHICO DA GUITARRA


O CHICO DA GUITARRA

tocava guitarra e cantava, no bar do casimiro trigueiro.
naquela noite, o chico da guitarra, não veio, casimiro, com o bar cheio de malta, estava capaz de rebentar.
olhou em volta, saiu do bar,e subiu a rua direita, desceu a rua do canto, e ao fundo, mesmo á direita, a casa de esquina, onde morava, o chico, da guitarra.
casimiro, olhou a casa, de mãos nos bolsos, falando sozinho, para as paredes e janelas, que estavam fechadas, dizendo:
-pois! pois! tudo fechado! estas bebado, desde ontem, ou pensas que eu não sei? so na praça, caiste tres vezes! e aposto que ainda dormes! claro!
casimiro começou a bater na porta, bateu uma, duas, tres, quatro vezes, bradou, bateu palmas, o barulho foi tanto, que a vizinha do lado, a joaninha solteirona, como era conhecida no bairro do fontanario da velhinha, chegou a janela e ralhou com ele:
-oh! casimiro! oh! casimiro! não faças barulho filho! até os meus piriquitos de angola estão assustados!
casimiro trigueiro, olhou joaninha, com os rolos no cabelo, e os labios pintados de vermelho, e sorriu.
-oh! joaninha, oh! querida, esta caladinha, porque o negocio, hoje, não é contigo!
chico da guitarra, abre á porta, tal como veio ao mundo, tudo nu, uma mulher surge atras dele, tambem toda nua, casimiro, poe a mão na cara, exclamando:
-pois!, pois! logo vi! ou bebado, ou rabo de saia, agora e esta!
ana paula alberto caldeira 23/11/08


"A VIAGEM AO SANTUARIO DE LURDES"


"A VIAGEM AO SANTUARIO DE LURDES"

estavamos em maio, de 1987, naquela manhã, saimos da margem sul, de madrugada, rumamos ate lisboa.
leva-mos connosco, duas malas, cheias de roupa, e mais alguns acessorios, que eventualmente, nos poderiam, ser uteis.
naquela manhã, só, pensavamos, na viagem, ao santuario de lurdes, frança.
soubemos entretanto, ja em lisboa, que ao todo, eram vinte e poucos autocarros, que iam, de todos os pontos do país, o nosso era o nº1, e levava esse mesmo nº, afixado no vidro da frente do bus, assim como todos os outros, bus.
todos, tinham os nºos, afixados no mesmo sitio, que aquele, alem, claro do nome, da companhia de viagens.
o nosso autocarro, levava um general, um padre, e, mais algumas altas patentes militares, dos tres ramos das forças armadas, alem de outras pessoas, não, menos importantes, não deixando no entanto, de existir convivio, entre todos.
naquela manhã, sairam dali, á volta de tres, ou quatro autocarros.
em espanha, ficavamos todos juntos, e seguia-mos, para lurdes, e assim foi.
era a XXIX PMI, (29º pregrinação militar internacional) e naquele ano, nos tambem fomos.
saimos, finalmente de lisboa, nesse dia, fomos, dormir a palencia(espanha), ao hotel castilla vieja.
até lá chegar, passamos por salamanca, e comtempla-mos a casa das conchas, passamos por outras povoações espanholas, plantas coloridas, penduradas das varandas, de ferro enrendelhadas, e paisagens lindas, uma espanha diferente, da que, depois iria ver, no sul.
depois de pernoitar-mos, em palencia, levanta-mos cedo, e seguimos caminho, até burgos.
naquele dia, ja iriamos dormir, a frança.
paramos umas horas, em burgos, e fomos visitar a catedral.
neste, 2º dia o almoço, era em san sebastian(país basco), e dormida depois dos pirineus, ja do lado frances.
o pior, desta viagem, seria atravessar, os altos pirineus.
entramos, nos baixos pirineus, sem precupações, muito contentes com as vistas, boas auto-estradas, paisagem montanhosa, verdejante, casas tipicas de montanha, feitas de pedra, com telhados avançados, por causa da grande quantidade de neve, no inverno, algum gado bovino a pastar, em certas zonas mais planas, telhados ainda com alguma neve, tudo isto, parecia-me, um dos muitos, filmes da heidi.
continuamos, pelas auto-estradas bascas, começam a surgir placas com o nome das localidades, em duas linguas, basca em 1º lugar e depois espanhol, até foi bom, porque assim sabiamos que iamos pelo caminho certo.
entramos na capital basca, e la estava baia da perola, com a sua ilhota tipica, recordo-me que estava muito frio, por ali.
saimos do autocarro, e, imediatamente, entramos no restaurante,
quando todos comemos, saimos do restaurante, e entramos imediatamente, no autocarro, ninguem tirou fotos.
depois dali, continuamos viagem, iamos dormir a lurdes, mas antes ainda vimos andorra, lá em baixo, do alto dos pirineus.
contava-se então, historias, de quantos portugueses, não teriam passado por ali, por aquelas montanhas, para ir trabalhar para frança.
aquela passagem pelas montanhas, até nem foi dificil, pensamos que quando viessemos de volta tambem seria assim, mas não, os baixos pirineus, são muito mais faceis de atravessar do que os altos pirineus, foi por onde viemos quando regressamos.
qaundo chegamos a lurdes, ja era anoitecer.
entramos em lurdes, dirigimo-nos para o hotel mont thabor, lembro-me daquele hotel frances acolhedor, e muito perto do santuario, era so descer a rua, e la estava o grande recinto, do santuario da n s de lurdes, banhado por aquele rio, de cor branca que descia das montanhas, que trazia ainda, bocados de gelo.
depois de arrumar-mos as malas, jantamos, na sala do hotel, tambem la estavam, militares e civis franceses, que iriam participar na perigrinação militar internacional, a seguir, conversamos com algumas empregadas do hotel, que eram portuguesas, tambem conversamos com a dona do hotel, uma francesa muito simpatica, que falava, ingles, portugues e italiano, tambem algumas palavras em alemão, mas muito pouco, e como eramos simpaticos, ofereceu o café, a alguns de nos, depois disso, saimos á noite.
naquele hotel existia na sua maioria so militares franceses, enquanto outros hoteis, tinham por exemplo mais militares, e civis italianos, ou, mais militares, e civis espanhois, e o mesmo com portugueses.
no outro dia, as boas vindas, e, do alto da catedral, uns cartazes gigantes que tinham escrito, as boas vindas em varias linguas, inclusive, o portugues, o recinto estava cheio, de militares e civis.
no 2º dia em frança, os meus familiares foram ver as grutas e eu fui, ver a missa, na catedral subterranea do santuario, depois fui passear com o meu primo, joão paulo, que tambem tinha ido, mas noutro autocarro, de outra cidade, de portugal.
conhece-mos um militar italiano muito simpatico, que estava num hotel, ali na mesma rua, que eu, troca-mos de insignias os tres, tiramos fotos, no santuario, e a tudo que gostamos, para poder trazer de recordação, mais á frente franceses, troca de insignias de novo, e assim sucessivamente, depois disso viemos embora, eu e o meu primo, não tinha-mos, mais nada, para a troca.
chega a hora do almoço, eu, ja estava ali na sala, pedia a chave para ir ao quarto, como não tinha luz no corredor, desci de novo, por momentos esqueci-me de como se dizia luz, em frances, eu sabia, tinha-me preparado , para falar frances, mas quando precisei, queria, dizer lumiere, e apenas consegui dizer, light, ninguem percebeu, naquele momento, so ali estavam franceses, pediram-me para falar em portugues, pronunciei, a palavra luz, e resultou, alguem pronunciou, imediatamente a palavra lumiere, começamos logo todos a rir á gargalhada, estava o assunto resolvido, era isso, havia uma lumiere, fundida no hall do 1º andar, e eu não via introduzir a chave na porta do quarto, do hotel.
o almoço é servido entretanto, almondegas, ou folhados de carne, com verduras, molhos, comer um pouco diferente para quem não estava habituado, o episodio do açucar, para o café, é parecido com o da luz, lumiere, agora era sugar, mas alguem percebeu, e pronunciou, acuçar e logo a seguir veio o, sucre , que era servido aos quadradinhos.
passado, todos estes incidentes, tudo voltou ao normal.
no dia seguinte, ja falei um pouco mais, com o amigo italiano, soube um pouco mais sobre ele, trabalhava em milão, era militar, e outras coisas mais.
combinamos falar, em espanhol, e, deu resultado.
trocamos contactos, prometemos escrever um ao outro, e assim foi.
o resto dos dias, passaram depressa, e lá estavamos, nós, á porta do hotel, para regressar, naquela manhã, fria, e com nevoeiro, ali em lurdes.
os altos pirineus, eram o nosso proximo caminho.
atravessa-los foi, para alguns, uma serie de enjoos, e não so, tambem muitas, dores de estomago, valeu-lhes umas aguas minerais, com gas.
são um pouco dificeis , de atravessar, para quem não esta habituado, e principalmente de autocarro, as estradas eram muito estreitas, as curvas muito apertadas, para autocarros, e o olhar da janela para baixo, dava, arrepios, e tornava-se medonho, o que para alguns de nós foi muito complicado, eu limitei-me a comtemplar a paisagem, sem olhar para baixo e ignorar.
passamos as montanhas, paramos no 1º restaurante, para descansar, beber umas aguas, comer qualquer coisa, ja, estavmos em espanha, na provincia de hesca, respiramos de alivio.
em huesca, visita-mos o santuario de torrecuidad, com a sua virgem negra, alem disso a arquitectura muito original, de interior e exterior, da igreja, não muito comum, para nós portugueses.
nesse dia, fomos dormir a madrid, e de passagem por zaragoza, visita-mos tambem, a virgem del pilar, uma virgem, tambem diferente, em virtude de ser muito pequena, ou seja fizemos a rota mariana, lurdes, virgem negra, e virgem del pilar.
recordo-me que estava muito quente, por aquela zona de espanha, madrid seria a nossa dormida, o carlton hotel, esperava-nos, para depois seguirmos para portugal.
chegamos ao hotel, ficava numa avenida, bastante movimentada, e arborizada, por instantes, pareceu-me estar numa avenida de lisboa.
aquelas horas, o transito estava um caos, madrid naquela tarde de maio, ja estava muito quente.
os meus familiares e mais algumas pessoas, foram passear de metro, sairam numa estação, viram, aquele lado da cidade, e regressaram, eu fiquei por ali, á espera deles, a comtemplar aquele hotel que mais me parecia um palacio, ouvi algumas pessoas dizer que o museu do prado, era ali perto, mas aquelas horas, ja estava fechado, fiquei ali á porta, á conversa com algumas pessoas que vinham connosco.
depois do jantar, fomos passear um pouco, ate á rotunda, que ficava do lado de cima da avenida, nas paredes de alguns edificios, estavam colados cartazes do bryan adms, e da sua ida a madrid, naqueles proximos dias.
demos a volta pequena, regressamos ao hotel, e fomos dormir.
no outro dia, regressamos, ao nosso portugal.
11-04-2008 ana paula alberto caldeira