XOCALINA"
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PAGINA I
XOCALINA"
xocalina, saiu de casa pelas matinas, e andou um pouco á deriva, pelas ruas e pelas esquinas, la para as bandas do coreto, no povoado da romaria.
procurava, godofredo, o homem da sua vida, que saira de casa,
depois de uma discussão, daquelas, que godoferedo prefere nem falar.
nas soleiras do povoado, dizia-se, que godoferedo tinha era medo
dela.
godoferedo estava escondido, e xocalina não o encontrara, quando,
voltou para casa, já era de dia.
e o, rouxinol cantava, na gaiola da varanda, da vizinha, da
condessa, que de condessa, so ja tinha o titulo, sim!
porque!
o resto ja tinha ido, para as mãos de felizardo, o seu antigo
namorado.
-dizia marilu, o vizinho travesti, da porta, em frente.
xocalina, chorava no salão da entrada do antigo palacete, do
embaixador do brasil, olhava para o tecto, e bradava alto,e para cima,
clamando:
-diz-me, senhor, que estas, ai em cima, onde está meu marido,
godoferedo!?
entretanto, calou-se, e ficou de boca aberta, a olhar, para cima:
-iiiiiiiiiii, tanto bolor, e mofo no teto!
serefim, que era coxo, e por isso, bateu com a bengala no soalho,
dizendo:
-xocalina, pára com isso, teu marido, está cá em cima.
ana paula alberto caldeira 05/09/2008
JOSEFINA, ESCREVIA, O QUE DEVERIA SER O AMOR
JOSEFINA, ESCREVIA, O QUE DEVERIA SER O AMOR
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JOSEFINA, ESCREVIA, O QUE DEVERIA SER O AMOR
naquela tarde fria, josefina escrevia, sobre aquela mesa velha , e corroída pelos anos.
escrevia, naquele papel, machucado pela violencia, das mãos.
ali, estavam, apenas algumas letras.
josefina, escrevia, e abria, ao mesmo tempo, o papel enrrugado.
naquele momento, algo magico acontecia.
naquele momento, tudo era mais belo, e mais puro.
apareceram duas crianças, com rostos meio sujo, que sorriam.
a paisagem era agora mais bela, com a vinda, de algumas pombas
brancas, que pareciam, rasgarem o céu, como que anunciando a paz, em algum
lugar.
os passaros cilreavam, que dava, muita alegria.
um homem e uma mulher caminhavam sós, pelas areias da praia, nos
olhos deles, estava carinho e afeição, sentimento que sentiam, um pelo outro.
outros enxugavam as suas lagrimas e sorriam uns para os outros,
dando as mãos, cheios de esperanças.
josefina sorria, era um sonho, o que via, mas afinal o que
josefina escrevia, era o que ela pensava, que deveria ser, o amor.
ana paula alberto caldeira (escrito na decada de 80
MARIA BATISTA, QUE TRISTE SINA
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MARIA BATISTA, QUE TRISTE SINA
no bairro antigo, da velha cidade, por entre ruelas, estreitas e velhinhas.
maria desce, as escadas de pedra, de mãos na cintura, gingando a
anca, e de roupa justa, salto alto e trança feita.
maria batista desce em direcção ao mar.
a noite vêm, os candeeiros do bairro acendem, no rosto de maria,
um sorriso nasce, era o seu homem, que ali vinha, de guitarra no ombro, e
chapeu preto, de abas largas, cantarolando, era o seu homem, que acolá vinha.
mas seu homem tinha outra no seu coração, e maria batista, ainda,
não sabia.
e quando maria batista, o vê, sorrir, para a outra que estava á
porta da taberna, da rua da amargura, maria pega numa faca, e corre para ela.
quantos gritos houve naquela hora, e naquela rua.
maria matou-a estava louca, o seu homem, amava outra.
maria batista, chorava, no chão um lago de sangue, e de faca em
punho, ela corre para ele, matando-o tambem.
que triste fim o seu, a bela maria batista do antigo bairro da
velha cidade, tinha matado, o homem, que ela tanto, tinha amado.
e todas as noites, na rua da amargura, se canta o fado da bela,
maria batista, que tambem, era fadista.
21-01-88
ana paula alberto caldeira
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